quarta-feira, 10 de julho de 2013

PINTURA PADRONIZADA PODERIA FAVORECER TRANS1000

  

Imagine se houvesse a pintura padronizada nos ônibus intermunicipais?

Veja o arquivo acima, com seis fotos. Imagine a pintura padronizada a ser adotada, seja como for, mesmo com logotipo de empresa pequenininho na janela ou nas laterais, e se verá tudo igualzinho.

Empresas como Caravelle, Nossa Senhora da Penha e Evanil têm um padrão de serviço bem melhor que o da Transmil.

Com a pintura padronizada, a Transmil será "protegida" pela semelhança visual que terá com as empresas boas.

A gente faz campanha contra a pintura padronizada nos ônibus e pouca gente entende, mas é isso que está causando a corrupção que vemos no sistema de ônibus do Rio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo.

Uma roubalheira de fazer qualquer assaltante ficar de queixo caído.

Tem gente que pensa que pode haver sistema de ônibus honesto com pintura padronizada, quando ela é que mascara as coisas.

Não tem essa de "critérios técnicos"!!

Mesmo os critérios pintura por trajetos, consórcios e tipos de ônibus, como "alimentadores", "interbairros", "biarticulados", "consórcio A" etc, são fachada para a corrupção que se esconde na medida em que as empresas de ônibus não exibem mais a identidade visual.

E o maior medo é que, com a máquina de corrupção de Sérgio Cabral Filho, a Transmil seja beneficiada por essa licitação de fachada.

Imagine. Digamos que a Transmil seja aparentemente extinta, mude seu nome para Viação Santa Gorgonzola, por exemplo, e tudo fique como está, com a pintura padronizada que a faz igual à Evanil, Nossa Senhora da Penha, Flores, Caravele e Mageli.

No começo vai ter Pégaso, Pavunense e Vera Cruz (RJ 112) dando carrinho semi-novo para a "Santa Gorgonzola", tudo vai parecer legal com a Santa Gorgonzola operando a 003, 005 e 479 com ônibus quase novos, com o logotipão do DETRO aparecendo mais do que o nome da empresa.

Aí vai ter um monte de foto no Ônibus Brasil. Tudo nas maravilhas durante uns dois meses.

Até que depois volta tudo ao que era. Mas aí o povo de Mesquita e Nilópolis, e por vezes de Nova Iguaçu e Belford Roxo, não vai poder reclamar, porque a Santa Gorgonzola, alter ego da Transmil, está com a pintura do DETRO igualzinha à da Evanil, Flores, Caravele, NS Penha etc.

E aí a roubalheira fica pior ainda. Tal qual acontece em São Paulo. E será pior ainda porque terá a máscara da pintura padronizada. Será que vamos aceitar isso?

sexta-feira, 5 de julho de 2013

CASSADA A CONCESSÃO DE LINHAS DA TRANS...LITORÂNEA


Uma boa lição para o caso da Turismo Trans1000. A Translitorânea Turística teve sua concessão de seis linhas cassada pela Prefeitura do Rio de Janeiro - que se apressou pela iniciativa receosa dos efeitos da CPI dos Ônibus - , por causa da redução de frota e do péssimo estado de conservação de seus veículos.

As linhas envolvidas na cassação são 521 Botafogo / Vidigal (via Copacabana), 522 Botafogo / Vidigal (via Jóquei), 546 Rocinha / Leblon, 591 São Conrado / Leme (via Copacabana), 592 São Conrado / Leme (via Jóquei) e 593 Gávea / Leme (via Copacabana).

A Translitorânea surgiu de um arranjo político na licitação de fachada feita pela própria Prefeitura do Rio de Janeiro, que criou medidas nefastas como a pintura padronizada (ou pintura única), o excessivo rigor na carga horária dos motoristas (isso sem resolver o trânsito na cidade) e o poder ditatorial da Secretaria de Transporte.

Nesse arranjo, a Translitorânea surgiu, na verdade, como um alter-ego da Transportes Amigos Unidos, aparentemente extinta por ter muitas irregularidades, mas "ressuscitada" com outro nome para favorecer seus proprietários.

O prefeito Eduardo Paes decidiu pela cassação para evitar que os efeitos da CPI dos Ônibus possam comprometer privilégios de empresários amigos do prefeito carioca. É como, diante de investigações de corrupção política, um parlamentar renuncie para não ter seu mandato cassado por vários anos. É a estratégia conhecida de tirar os anéis para salvar os dedos.

Em todo caso, o episódio pode servir, mesmo com desfechos negativos, para fazer-nos refletir sobre o caso Trans1000. A empresa de Mesquita também peca pela má conservação da frota e pela redução drástica do número de carros em circulação.

Além disso, os donos da Transmil também possuem boas relações políticas, principalmente com membros do DETRO, do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, além do Poder Judiciário estadual. Se não fosse a corrupção política, a Transmil teria sido extinta há anos. A Translitorânea conta com três anos de existência.