segunda-feira, 19 de março de 2012
DEFICIENTES FÍSICOS SOFREM SEM TRANSPORTE ADAPTADO PARA A CAPITAL
Deficientes físicos sofrem sem transporte adaptado para a Capital
Do site Nilópolis On Line - 26 de agosto de 2010
Pacientes portadores de deficiência que recebem atendimento especializado em hospitais e clínicas do Centro do Rio de Janeiro ou áreas próximas não dispõem de ônibus adaptado para o transporte.
A única empresa que opera linhas ligando Nilópolis ao Centro do Rio, a Trans1000, não possui veículos adaptados com plataforma elevatória para cadeiras de rodas. Além disso, a maioria deles as portas dos veículos é pequena, dificultando o acesso. Os pacientes também se queixam que as poltronas são pequenas e desconfortáveis.
Portadores de limitações físicas tais como paraplegias, dependem da ajuda de familiares para se deslocarem (no colo) para o interior do ônibus e depois para desembarcar. Há 5 anos, Daniele Marques, é atendida em um clínica de Botafogo. Ele relata, que do Centro à Botafogo, há vários ônibus adaptados, porém os ônibus da empresa Trans1000 que operam a linha Passeio x Nilópolis (003) não há nenhum veículo. “É vergonhoso não termos uma empresa decente em minha cidade, eles não tem um ônibus sequer adaptado”, reclamou.
Daniele só consegue se deslocar rumo à clínica onde realiza tratamento, graças a ajuda de seu pai, o aposentado Manoel Santos. “Tenho que pegar a Daniele no colo e carregá-la se eu quiser que ela seja atendida, e já não tenho mais forças para isso. Ainda bem que outros passageiros e até funcionários da empresa nos ajudam”, relata.
Cadeirante há dois anos, Marcos Souza enfrenta as mesmas dificuldades quando precisa se deslocar de sua casa no bairro Nossa Senhora de Fátima até seu trabalho no bairro de Guadalupe, Rio. “Sou usuário da empresa na linha 478 e sempre passo por sufoco, às vezes prefiro pegar dois ônibus para não passar por essa situação ruim”, disse.
“A empresa comprou o último ônibus zero quilômetro em 2007″ - Luiz Dória, consultor em transportes
De acordo com a Lei Federal nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, as empresas fabricantes de transporte coletivo ficam obrigadas a introduzir itens essenciais à acessibilidade de portadores de deficientes físicos como elevadores, cinto de segurança e portas especiais, portanto apenas as empresas que compram ônibus zero quilômetros, são obrigadas a possuir os equipamentos em suas frotas.
A última compra de ônibus zero quilômetro feita pela Trans1000 foi no ano de 2007, através do modelo Marcopolo Senior Midi. De acordo com Luiz Antonio Dória, consultor em transportes e turismo, os ônibus comprados em 2007 não eram afetados pela regulamentação. “Somente a partir de 2009 se tornou obrigatório a compra de ônibus zero quilômetro com os equipamentos. Como a empresa não realizou nenhuma compra de 2009 para cá, ela não possui nenhum veículo adaptado na frota”, concluiu.
Dória chama atenção ainda para outra irregularidade, pois pela mesma lei, os ônibus urbanos fabricados a partir de 1996 deveriam estar adaptados até julho de 2009. “As normas foram criadas pelo Inmetro em conjunto com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e fazem parte da Lei, e já deveriam estar em prática”, completou.
Em Nilópolis, apenas a Trans1000 não possui veículos adaptados para Portadores de Necessidades Especiais. Procurada, a empresa não se manifestou.
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