sexta-feira, 5 de julho de 2013

CASSADA A CONCESSÃO DE LINHAS DA TRANS...LITORÂNEA


Uma boa lição para o caso da Turismo Trans1000. A Translitorânea Turística teve sua concessão de seis linhas cassada pela Prefeitura do Rio de Janeiro - que se apressou pela iniciativa receosa dos efeitos da CPI dos Ônibus - , por causa da redução de frota e do péssimo estado de conservação de seus veículos.

As linhas envolvidas na cassação são 521 Botafogo / Vidigal (via Copacabana), 522 Botafogo / Vidigal (via Jóquei), 546 Rocinha / Leblon, 591 São Conrado / Leme (via Copacabana), 592 São Conrado / Leme (via Jóquei) e 593 Gávea / Leme (via Copacabana).

A Translitorânea surgiu de um arranjo político na licitação de fachada feita pela própria Prefeitura do Rio de Janeiro, que criou medidas nefastas como a pintura padronizada (ou pintura única), o excessivo rigor na carga horária dos motoristas (isso sem resolver o trânsito na cidade) e o poder ditatorial da Secretaria de Transporte.

Nesse arranjo, a Translitorânea surgiu, na verdade, como um alter-ego da Transportes Amigos Unidos, aparentemente extinta por ter muitas irregularidades, mas "ressuscitada" com outro nome para favorecer seus proprietários.

O prefeito Eduardo Paes decidiu pela cassação para evitar que os efeitos da CPI dos Ônibus possam comprometer privilégios de empresários amigos do prefeito carioca. É como, diante de investigações de corrupção política, um parlamentar renuncie para não ter seu mandato cassado por vários anos. É a estratégia conhecida de tirar os anéis para salvar os dedos.

Em todo caso, o episódio pode servir, mesmo com desfechos negativos, para fazer-nos refletir sobre o caso Trans1000. A empresa de Mesquita também peca pela má conservação da frota e pela redução drástica do número de carros em circulação.

Além disso, os donos da Transmil também possuem boas relações políticas, principalmente com membros do DETRO, do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, além do Poder Judiciário estadual. Se não fosse a corrupção política, a Transmil teria sido extinta há anos. A Translitorânea conta com três anos de existência.

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